LIBERDADE PARA TREPAR

Eu cresci junto a esta árvore                     
que trepo desde criança
fiz casa de fantasia
Por muito tempo os meus dias
foram alegres em sua sombra
era paz e harmonia

Porém cresci e casei
outras coisas me encantaram
enlaces carnais podaram
as traquinagens em sua copa

Mas o amor vem e volta
passou o fogo e a paixão
enjoei da relação
voltei a flertar com galhos

Me libertei do traçalho
vida regada a migalhas
voltei a ter alegria

A árvore encobre aventuras
sempre me dá cobertura
E hoje trepo todo dia

ACORDEI PENSANDO EM ARTE

Acordei pensando em arte
manuseando a maceta,
pois meu ponteiro inquieto
se assemelha ao gradim recto
e só se apruma na marreta.
já vejo uma estatueta
mulher desnuda no mármore,
a rocha bruta curtia
uma metamórfica macia
querendo ser lapidada,
em minhas mãos é moldada
e eis a arte que eu queria.

A MATILHA E O PORTO

Nem vou atrás
pois sei que ela não quer mais,
Só quis me provocar, chamando a atenção.
sou mais um na multidão que rasteja em seu louvor,
não tenho nenhum valor  não vai querer meus afagos, 
nem lhe importa os estragos, pois já tem o seu amor.

Porto seguro
Amor pra todo o futuro,
 abraço que lhe protege da matilha excitada
que depois de provocada vai em sua captura,
mas ela tão santa e pura já saciou seus desejos
e agora só quer os beijos  de quem lhe dá cobertura.

Mas o seu Porto
Tem que se fingir de morto
e saber usar a espada, quando o bando aparecer,
sua mulher proteger, não julgar se ela é culpada,
cobrir a sua escapada, ser cão-de-guarda potente,
e gozará do presente de sempre ter sua amada.